Keepin' It Reel: Viagem no Tempo 2 All Tomorrow’s Parties

Lembras-te do palco ATP do Primavera Sound?
Boas memórias, yup!

Olá, bem vindos à primeira viagem no tempo slash RPG da Keepin’ It Reel. O nosso destino é 2010, enquanto Leonor de 17 anos.

-sons from outta space-

Na tela da sala 3 do Cinema São Jorge, numa sessão do Indie Music do festival de cinema Indie Lisboa, surge em letras brancas, uma frase que vai ecoar dentro de ti pela vida fora (e nem sequer é sobre feelings):

“The following film has been compiled with footage generously contributed by the fans, musicians and filmmakers over the ten years of All Tomorrow’s Parties (ATP).”

Há um minuto atrás, “fazer um filme” era coisa para proporções épicas. Agora, sabes que Just do It é a maneira mais fuck the system de o fazer — capitalismo à parte e um par de sapatilhas.

Entretanto, voltas a ti porque a intro desconcertante, ao ritmo dos Battles suga-te para o documentário e, após uma hora e vinte e dois minutos, nada é igual ao que era. Não só tens imensas ideias de como vais começar só a fazer, como estás enamorado pela ideia de um festival de música poder ser independente e não vender a alma ao diabo.

-sons from outta space, again-

Apercebi-me que não custava nada passar em 2011 e dar um “oi” pelo Milhões de Festa. Afinal de contas, é um dos festivais nacionais que mais se assemelha ao espírito DIY (eu sei que me repito, mas foda-se) da ATP, associação esta que se vai extinguir em 2016, conta-te um golfinho no gig do Dirty Beaches.

-ya, mais sons marados-

2016.A associação All Tomorrow’s Parties acaba, tal como todos os seus eventos e parcerias. And it’s SO bad!

Fim da viagem.

Voltamos a 2K17 e já digerimos a desilusão. A ATP ainda deve dinheiro a toda a gente. O seu fundador, Barry Hogan, é excomungado da cena indie e sofre de mau-olhado. A boa notícia é que apesar de ter acabado mal, começou muito bem, e recomendo que tentes viajar no tempo mais uma vez, para ver este documentário sobre um festival utópico com sabor a férias, curado por bandas (ler à piroso) TOP e no geral, extremamente fan-friendly. Ah, e desta vez sem roleplay!

Por: Leonor Bettencourt Loureiro, realizadora // http://cargocollective.com/LBL

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