História

Uma história de amor ao som

A história dos Black Sheep Studios remonta aos inícios da década de 2000. Começou por ser uma sala de ensaios de Bibi, o cabecilha do estúdio. Foi por essa altura que o rapaz decidiu fazer da música uma profissão e uma carreira, desafiando as “leis” que nos dizem que ninguém consegue viver da música neste país. Sendo à época um espaço partilhado com outros projectos musicais, não será exagero dizer que era então a sala de ensaios mais badalada das Linhas de Sintra e Cascais.

O estúdio passou a ser quase como a segunda casa de Bibi, que garantia às bandas que por lá passavam as condições para ensaiar e, progressivamente, também para gravar. “Muitas vezes abria a porta à bandas em pijama, chegava a dormir aqui”, recorda Bibi, para quem o estúdio se tornou uma missão pessoal.
Em 2004 estavam reunidas as condições para prestar serviços de excelência, quer em termos de gravação de projectos musicais como de apoio técnico. Fizeram-se obras, partiram-se paredes, e o local ganhou a alma que quem por lá tem passado e gravado tão bem conhece.

Alimentando-se da vontade de seguir caminhos diferentes dos trilhados por outros, os Black Sheep Studios foram conhecendo as necessidades reais das bandas, as suas motivações, sonhos, dúvidas e frustrações. Essa cumplicidade fez de facto a diferença, pois permitiu também ir melhorando os equipamentos, “mimando” as bandas em busca do melhor som e trabalhar todo o seu potencial. Por estas salas passaram, na última década, muitas das bandas e projectos mais interessantes da música indie portuguesa, pelo que os Black Sheep Studios se tornaram uma referência incontornável no que toca à produção musical na música alternativa.

Ainda que nos Black Sheep Studios seja possível fazer uma série de outras actividades relacionadas com o som – gravação de voz para publicidade, voz off, gravação de bandas sonoras… – é a gravar e produzir bandas que Bibi se sente de coração cheio e palpitante, ajudando-as a encontrar o seu caminho musical durante a gravação de um disco. “Somos uma ponte e um pronto-socorro para muitas bandas que ainda não sabem bem o que querem fazer”, reforça. E se há coisa que os Black Sheep Studios gostam, é de se meter em novas aventuras sonoras, agarrar desafios e fazer novas experiências.

Quem aqui vem gravar está, logo à partida, muito bem servido. À disposição das bandas que trabalham com os Black Sheep Studios existe uma grande quantidade de backline. “Temos a facilidade de fazer com que uma banda que aqui venha grava traga apenas a vontade de tocar, porque temos desde guitarras a baixos, teclados, amplificadores, pedais de guitarra...”, descreve Bibi, assegurando que, graças ao empenho da sua equipa, a banda “só precisa de ter vontade e de vir bem ensaiada”. Tudo o resto será construído com estratégia, dedicação e, sobretudo, com respeito pelo trabalho e direcção de cada artista ou banda.

Hoje, já se perdeu a conta ao número de bandas que rumou a Mem-Martins para trabalhar o seu som até roçar a perfeição. Sendo que a perfeição não é, de todo, o objectivo último dos Black Sheep Studios. Além da aura muito própria das terras sintrenses, há por aqui um gosto pelas pequenas impurezas, pois estas acabam por ser o que define um determinado projecto musical.

Num ambiente familiar e descontraído como é o do estúdio, que funciona quase como um retiro espírito-musical, o desafio é então procurar o potencial de cada banda, e levá-las a sítios onde não esperariam ir à partida. E isso, senhores, é sair do rebanho.

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