Em Road Head, Japanese Breakfast ensina-nos sobre a arte de matar o "monstro".
Nesta história de suspense, cujas influências estéticas de "Fallen Angels" e "Twin Peaks" são bem evidentes, Michelle Zauner convive com esta criatura numa simbiose parasitária. Às vezes brincam, outras sufocam-se mutuamente. Mas afinal, quem é ou o que é este "monstro"? Especificamente não é nada, mas pode ser o que quisermos: um amor pegajoso, um desejo enjoativo ou uma persona non grata.
Há um realismo sujo na composição desta faixa. A palidez das palavras estorva o instrumental meio groovy. Nesta contradição, Zauner encontra o equilíbrio certo e faz uma música que não é apenas atrativa, mas viciante.
Texto: Teresa Melo