Em escuta: Benjamim

Benjamim é um músico e escritor de canções. Lançou os álbuns 'Auto Rádio' em 2015 e '1986' este ano, a meias com o músico britânico Barnaby Keen. É também produtor e engenheiro de som. Trabalhou com nomes como B Fachada, Noiserv, Márcia, Lena d'Água, Flak, You Can't Win Charlie Brown, Diabo na Cruz, TAPE JUNK, Pista, Éme, entre muitos outros.

Deixa-nos aqui a sua playlist para esta quarta-feira

  • Cornelius – Chapter 8 "SEASHORE AND HORIZON" | A canção mais directa do disco “FANTASMA”, obra-prima de 1997 do mago japonês Cornelius. O álbum foi-me mostrado por um dos meus melhores amigos durante uma viagem de carro ao Alentejo e eu nem queria acreditar que o disco não fosse mais recente. A produção é tão actual que assusta qualquer aspirante a produtor. Disco obrigatório.

  • Arthur Russell – Habit Of You | Sou fã do Arthur Russell desde o primeiro momento que o descobri – as canções, a voz, a instrumentação, a produção por vezes desconcertante mas sempre especial. “That's Us/Wild Combination” é um hino mas há na sua obra muito mais por descobrir. Esbarrei acidentalmente numa compilação de inéditos dele no Spotify, há vários meses atrás, chamada “Love Is Overtaking Me” e apaixonei-me pelas múltiplas dimensões que eu ainda não tinha ouvido de Russell. Entre as quais “Habit Of You”, uma das canções que marcam claramente um ponto de viragem no som do músico americano, da folk para uma pop mais electrónica, até aterrar numa vertente mais experimental. Entretanto um amigo meu trouxe-me a versão em vinil deste disco de Nova Iorque e é dos meus objectos preferidos cá em casa.

  • Fleetwood Mac – Dreams | Nunca fui fã de Fleetwood Mac mas esta canção assinou o meu tratado de paz com a banda. E isso diz tudo.

  • Flying Ibex – Denial | Flying Ibex é uma banda que descobri em Londres, quando fiz som para eles numa noite em Brixton. Esta canção arrebatou-me e aproximou-me musicalmente do seu mentor, Barnaby Keen, com quem gravei um disco recentemente. Esta canção é uma maravilha lo-fi caseira.

  • Serge Gainsbourg – L'anamour | Serge Gainsbourg é das personagens mais fascinantes da música pop universal, alguém que teve a coragem de transcender a fórmula do crooner clássico francês para inaugurar um universo próprio que só os grandes mestres conseguem executar. Combinando os sons da canção francesa, do jazz, do rock, do experimentalismo, do reggae, alargou os horizontes da pop com uma sofisticação ímpar e um grau de irreverência capaz de abanar os alicereces de qualquer sociedade mais conservadora. Esta canção, do álbum de 1969 a meias com Jane Birkin, é uma das minhas muitas preferidas

Foto: Vera Marmelo

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