Copperphone: Um clássico entre microfones

Os instrumentos mais inspiradores são muitas vezes aqueles que nascem a partir das aspirações pessoais. O Copperphone tem uma história semelhante. Criado em 2003 por Mark Pirro, o baixista dos The Polyphonic Spree, este microfone tão peculiar foi disponibilizado ao público através da empresa fundada por si, a Placid Audio.

Natural de Dallas Texas (USA), Mark soube que a influência transmitida pelo seu pai transformaria o seu percurso. Encorajado para tocar, encontrou no baixo o seu parceiro musical e aos 15 anos, já havia começado a sua primeira banda.

Passando por diversos projetos no início dos anos 90, incluindo os Tripping Daisy, foi em 2001 que o vocalista Tim DeLaughter sugeriu criar uma banda com o baterista Bryan Wakeland e o Mark, os então Polyphonic Spree. Gradualmente, tendo passado tanto tempo em estúdios, fiquei muito interessado no processo de gravação e também nos microfones e equipamentos de áudio utilizados para fazer gravações. Desde logo, observou, aprendeu e é hoje um engenheiro de áudio e produtor.

A fundação da Placid Audio remete novamente para o vocalista dos Polyphonic Spree. O Tim gostava de utilizar um efeito particular de rádio AM num processador vocal chamado SPX990, comenta. Contudo, se no estúdio obter esse efeito seria relativamente fácil, tornou-se mais problemático ao vivo.

Mark antecipou-se e em 2001 começou a estudar profundamente a tecnologia dos microfones, experimentando inúmeras ideias. Até criei um protótipo feito em PVC e colado com fita adesiva. Ficou feio, mas funcionou, conta. No entanto, se fosse algo que um cantor profissional utilizaria em situações de gravação e atuação ao vivo, tinha de ser muito confiável e atraente, como uma peça de arte.

Graças ao sucesso da banda, o Copperphone estava a ser cada vez mais visto e escutado. Não demorou muito até chegar aos primeiros interessados que perguntaram ao Mark onde é que poderiam encontrar um microfone com aquela especificidade. Foi nesse momento que percebeu a sua oportunidade.

O mercado está inundado de condensadores de alta fidelidade e microfones dinâmicos e todos fazem muito a mesma coisa, que é capturar o som de uma maneira bastante neutra. Todos os meus microfones destinam-se a colorir ou distorcer o sinal para criar um efeito de captura único. Podem ser misturados com microfones tradicionais para efeitos mais subtis. Vale a pena mencionar que estes microfones são construídos para durar e é interessante pensar que alguns desses microfones serão transmitidos de geração em geração.

A Placid Audio inaugurou oficialmente em 2003 como loja online e, atualmente, Mark vende para todos os cantos do mundo. Aos seus Copperphones juntaram-se outras criações como o the Copperphone Mini Carbonphone/Tone Box e, mais recentemente, o Resonator A e o Resonator B.

O Copperphone chega aos Black Sheep Studios através do Paulo Furtado (The Legendary Tigerman). Se me lembro bem, ele trouxe os seus microfones para estúdio enquanto fazia uma sessão. Desde então, os Black Sheep Studios foram adicionando alguns dos nossos microfones à sua coleção: um Copperphone Mini personalizado e um Resonator B.

Razões para nos deixar absolutamente arrebatados por este instrumento admirável, não faltarão com certeza. Sejam aventureiros e curiosos com o vosso microfone Placid Audio, aconselha Mark. Eu crio os nossos microfones com um propósito muito específico, mas fico encantado quando as pessoas encontram maneiras novas e interessantes de os utilizar.

https://www.placidaudio.com

Texto: Teresa Melo
Fotografia: 1ª Bach Norwood; 2ª Bill Ellison

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