Como o novo álbum dos Grand Sun é o guia para a juventude

Transpiram laivos adolescentes pelos poros como se a única responsabilidade fosse a de ser perpetuamente jovem. Sim por favor! Os Grand Sun são os miúdos que andaram a capturar amizade, identidade e questões do coração no Blacksheep Studios para trazer o seu primeiro EP The Plastic People of The Universe.

A história da banda soa familiar. Estudantes do secundário que gostavam de música, inadvertidamente, encontram-se para explorar as orlas do rock psicadélico (e até beber uns copos). É na fusão dos espíritos teen, pop, indie e rock que João (guitarrista e vocalista), António (teclista e guitarrista), Miguel (baterista) e o Manel (baixista) sustentam a sua engrenagem sonora. De onde vem? Da própria idade.

Sem acrescentar grandes explicações, trazem ao cenário da música independente portuguesa – como sempre receptiva à originalidade e contrariedade do tempo - o que sempre quiseram desenvolver em primeiro lugar. Há cor e sonoridades caleidoscópicas, riffs de guitarra intergalácticos, vocais e sintetizadores espaciais. Andam à margem do mainstream, mas não o descuram de todo.

The Plastic People of The Universe é aquele calorzinho que apetece. O nome do álbum faz a honra à banda homónima que melhor representa a música underground checoslovaca. Com ela, partilham subversão e a energia vibrante. Apenas isso, porque de resto, são swings cismáticos e, onde nada mais interessa senão observar...e cantar muito.

O processo criativo foi natural. Depois de um hiato no estrangeiro, regressam este ano para chegar à conclusão de que o sentido seria o de continuar o que já andava a ser congeminado entre estes rapazes. Sem pontos de resistência a apontar, admitem que a experiência no Blacksheep Studios foi mesmo o melhor remédio para crescer mais uns centímetros.

Chegar às 9h ao estúdio, montar o material, gravar, a pausa das 13h para ir comer frango com batatas fritas ou a pizza do Pingo Doce, voltar ao estúdio, gravar. Nisto há uma semana. A empatia do Bruno Plattier por um lado, os registos acutilantes do Guilherme Gonçalves e o high speed do Bb até encontrar o gear mais invulgar para além das soluções rápidas. Foram os elementos que complementaram a equação. Para ser (ou parecer) tudo mais fácil.

E depois há o single absolutamente entusiástico do EP, ‘Go Home'. Onde fica essa casa? Na paisagem musical amplamente estabelecida pela juventude. No fundo, é talvez esse sujeito insubordinado sem causa que quer fugir de tudo, mas que quer ficar no mesmo sítio a cismar (ah, qual crise existencial dos 20’s. Quem nunca?).

Numa era de ritmo acelerado e centrado na novidade, Grand Sun é a chegada fresquinha e pulsante neste Verão tardio. As palmas marcam o ritmo, as ancas dançam e nós cantamos em uníssono. Grand Sun estão a tornar o indie num lugar mais gaiato.

O álbum The Plastic People of The Universe chega às lojas no próximo dia 28 de setembro. Depois de decorarem as lyrics, apontem nas vossas agendas as próximas paragens:

12 de Outubro na Fnac Alfragide
19 de Outubro no Side B em Alenquer
29 de Novembro no Salão Brazil em Coimbra
1 de Dezembro no Espaço A em Freamunde
7 de Dezembro no Sabotage em Lisboa
8 de Dezembro no Bang Venue em Torres Vedras

facebook: https://www.facebook.com/grandsunband/ bandcamp: https://grandsun.bandcamp.com

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por: Teresa Melo

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